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A importância do auto-conhecimento

Aprendi que somente o conhecimento de nós mesmos pode garantir a tal paz que tanto buscamos
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Durante muito tempo vivi com a ideia que não tínhamos qualquer poder sobre a nossa vida.

A verdade é que o mundo sempre me ensinou que a vida não era justa. Efetivamente, a minha própria vida parecia-me injusta. Daí que passei muito do meu tempo a apontar o dedo, quer aos outros, quer às circunstâncias desagradáveis com que continuamente me via confrontada. Nessas alturas, pensava eu, a melhor coisa a fazer seria a de aguardar que melhores dias chegassem. E com essa minha postura lá fui permitindo que muita, mas muita coisa, me fosse acontecendo.

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Não sei precisar qual a situação que me levou a mudar o meu foco do exterior para o interior de mim. A verdade é que há cerca de duas décadas que decidi querer entender muito do que me acontecia já que o meu fardo era pesado. Foi então que iniciei aquela que foi, e continua a ser, a melhor viagem que algum de nós poderá iniciar – aquela que nos permite chegar ao conhecimento de nós mesmos.

Nessa minha viagem percebi que a maior parte de nós não vive, apenas sobrevive. Caminhamos vida fora condicionados pelo imenso legado que o homem, ao longo da sua existência, tem deixado neste nosso mundo. A grande questão é que os exemplos não têm sido os melhores. Prova disso é que nos diz a própria história da humanidade.

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Para aqueles que justificam esta realidade com o facto de que o mundo sempre foi assim, eu faço minhas as palavras de Erich Fromm quando este afirma que «o facto de milhões de pessoas partilharem o mesmo tipo de patologia mental não as torna sãs.».

Hoje sei que este nosso mundo, que se encontra virado de pernas para o ar, é apenas o espelho do muito que vai no coração do homem, da sua ignorância quanto ao conhecimento de si mesmo.

Muito se fala sobre a liberdade que ao longo da história fomos conquistando. Mas, mediante o que observo à minha volta, pergunto: - Liberdade para quê?! Para nos sentirmos infelizes, para sentirmos uma espécie de vazio existencial, sem qualquer conteúdo? Para vivermos tão cheios de tudo(material) mas despojados  de nós mesmos?!

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A verdade é que vivemos numa cultura que estimula precisamente tudo isso. Infelizmente o ser humano só muda através da dor. Pelo que tenho observado, são muitos aqueles que hoje vivem autênticas tempestades emocionais sendo que, a maioria, não tem sequer a noção da sua verdadeira causa. Falta-lhes a lucidez para perceberem o muito que lhes acontece. Uma lucidez que também a mim, reconheço, levou-me anos a adquirir.

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Como todos sabemos, o ser humano descobre-se a si mesmo quando se defronta com os obstáculos. São eles os seus melhores mestres. A  verdadeira sabedoria não será aquela que aprendemos nos livros, ou mesmo através de alguém, mas antes a que aprendemos com as nossas experiências mais "dolorosas". Elas são ótimos catalisadores de mudanças. Isto se as utilizarmos como tal, pois é claro. Caso contrário corremos o risco de nos vermos apenas como "vitímas", não percebendo que, se o somos, tal se deve apenas às nossas escolhas. Querermos resultados diferentes fazendo o que sempre fizemos, com toda a certeza, nunca será uma boa escolha. Quando muito, será sim, um erro.

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Como afirmou Machado de Assis "Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!". Na verdade, são estas últimas pessoas que  fazem toda a diferença. Elas não se detêm nos obstáculos - aprendem com eles e seguem em frente! Afinal de contas, elas sabem que, e parafraseando Henri Matisse, "HAVERÁ SEMPRE FLORES PARA AQUELES QUE AS QUEREM VER”. 

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